sábado, maio 31, 2008

Pau Amarelo, Pina e Afogados. O que estes bairros têm em comum?

Nota publicada no Jornal do Commercio
Edição de sexta-feira, 18 de abril de 2008

Terra de ninguém - Além de não ter calçamento, a rua Bocaiúva, em Pau Amarelo, Paulista vive cheia de lixo e se transforma num piscinão toda vez que chove. É difícil combater a dengue quando há tanta água empoçada por aí.


O lixo. Cerca de 55 mil toneladas de resíduos sólidos são produzidos no Recife por mês. Dessa quantidade, cerca de 12 toneladas são retiradas, por dia, das ruas e avenidas. Em notas e cartas enviadas ao Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco, moradores de vários bairros reclamam que a prefeitura, responsável pela coleta de resíduos sólidos, não dá conta da quantidade de lixo urbano produzido pela população.

O lixo recolhido no Recife vai para o aterro sanitário da Muribeca, que tem capacidade para receber três mil toneladas por dia, o que se mostra insuficiente, uma vez que também atende ao município de Jaboatão. Para diminuir o impacto ambiental causado pelo acúmulo de plástico, papel e vidro, a prefeitura criou programas de coleta seletiva que ainda são desconhecidos por parte da população.

Segundo pesquisa realizada, em 2006, pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), Recife está entre os cinco municípios brasileiros com o melhor índice de arrecadação de resíduos sólidos urbanos para a coleta seletiva, ficando atrás de Londrina, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Quem diria!

Em 2006 foi sancionada a lei nº. 13.047, que proíbe o uso de sacolas plásticas em Pernambuco, determinando a obrigatoriedade da coleta seletiva no Estado, já que 70% da degradação ambiental dos rios e mares é provocada por materiais plásticos, ou seja, garrafas PET e sacolas. O rio Capibaribe é um ótimo exemplo dos efeitos causados pela poluição, sendo considerado morto por alguns especialistas.

Mas como esse lixo vai parar nas vias públicas? A falta de consciência dos moradores quanto à responsabilidade social é um dos principais fatores que contribui para o acúmulo de lixo nas ruas. Valéria dos santos, moradora do bairro da Muribeca, admite que não tem o costume de separar o lixo. “Separar o lixo dá muito trabalho. Certa vez, tentei fazer, mas não adiantou, pois os meus filhos acabavam misturando tudo, então desisti", afirmou. Enquanto uns desistem outros continuam tentando. É o caso de Maria Aparecida Costa, diretora pedagógica do Colégio Boa Viagem. Porém, apesar de separar o lixo, a coleta realizada pela prefeitura não é eficiente, segundo a diretora. “Não adianta separar material orgânico de inorgânico, quando o caminhão vem recolher o lixo acaba misturando tudo”, comentou.

Manter a cidade limpa para muitos é obrigação da prefeitura, mas se engana quem pensa assim. É obrigação da população manter a cidade limpa, uma vez que iniciativas simples como não jogar lixo nas ruas, pode evitar sérios transtornos, como bueiros entupidos, ruas alagadas, doenças e mal cheiro. A tarefa de alertar contra os perigos da degradação ambiental deve começar em casa.

* Para saber mais sobre a Lei n° 13.047 acesse o link: www.cprh.pe.gov.br/downloads/lei-est13047.doc

** Fotos retiradas dos sites: http://www.acertodecontas.blog.br/ e http://www.dialogosuniversitários.com.br/

Um comentário:

Ana Elisa Freire disse...

Acho que esse tipo de problema está presente em todo o Recife. Além do mal cheiro vários problemas de saúde podem surgir decorrido do acúmulo do lixo.