segunda-feira, julho 07, 2008

Por que esse mercado cresce tanto?

Nota publicada no Diario de Pernambuco
Sábado, 28 de junho de 2008

Alerta - Pesquisas mostram que recifenses compram mais produtos piratas do que paulistas, cariocas e mineiros, razão pela qual a Câmara Americana de Comércio (Amcham) resolveu trazer para cá, no segundo semestre, o Projeto Escola Legal. É uma forma de alertar educadores, pais e alunos sobre problemas ligados ao consumo de produtos de fundo de quintal.



O comércio ilegal de produtos piratas envolve as mais diversas mercadorias, desde roupas, tênis, CD’s e DVD’s, à utensílios domésticos, programas de computador e medicamentos. Segundo uma pesquisa feita pela Fecomércio, do Rio de Janeiro, mais de 40% da população brasileira consome produtos piratas.

O estudante de direito Tiago Vasconcelos, 20 anos, consome produto pirata. “O preço dos CD’s e DVD’s nas lojas são caros demais, nos carrinhos de rua, posso comprar dois DVD’s por R$ 5. Óculos e tênis também compro mais barato do que nas lojas. Sei que não é bom para os eletrodomésticos, nem para saúde, mas como não posso comprar o original, não tenho outra alternativa”, comentou.

A clínica geral Lízia Cavalcante alerta para os perigos de usar produtos falsificados. “Há casos em que bonecas piratas são feitas de lixo hospitalar reciclado. Já os óculos escuros vendidos nas ruas, em vez de proteger, podem causar lesões na retina e até mesmo levar a catarata. A mesma regra também se aplica aos óculos de grau. Entretanto, os medicamentos falsificados são os mais prejudiciais à saúde. Só este ano foram descobertas três marcas falsificadas”, afirmou a médica.

Conscientizar a população quanto aos danos causados pelos produtos pirateados não é tarefa fácil. De acordo com uma pesquisa realizada e divulgada pelo Ibope, nove a cada dez recifenses consomem ou já consumiram produtos falsificados, no qual o CD e o DVD estão no topo da lista dos mais procurados.

Para tentar competir com esse mercado, artistas locais, como o cantor e compositor, Silvério Pessoa, são a favor da liberação das músicas na internet, pois seria uma forma de inibir o comércio ilegal. Já a vocalista da banda Swing do Pará afirma que a venda nas ruas é uma publicidade extra, pois divulga o trabalho da banda, uma vez que os grupos faturam por quantidade de shows realizados. Outro fator alegado pelos artistas é o valor exorbitante de impostos inseridos nos produtos, causando o aumento de preço. Cantores como Agnaldo Timóteo e o Deputado Federal (PTB-SP), Frank Aguiar, começaram a aderir à produção independente de CD’s.

No começo do ano, a delegacia de Prevenção e Repressão a Crimes Fazendários da PF de Pernambuco (Delefaz) apreendeu em um depósito, na Dantas Barreto, 40 mil CD’s piratas. Diante de tal realidade a Câmara Americana de Comércio (Amcham), implantou no Recife, o Projeto Escola Legal, para conscientizar os jovens através da educação de que pirataria é crime e produtos deste tipo representam um risco à saúde pública. De acordo com o artigo nº.184, a falsificação de produtos é crime, pois quem viola direitos autorais está sujeito a pena que varia de dois a quatro anos de prisão, além da aplicação de multa.

* Representantes da Amcham foram procurados pela equipe do Nota Cidadã, mas não responderam nossos recados.

2 comentários:

Ana Elisa Freire disse...

já fiz uma matéria sobre esse assunto e o principal problema é a ambição pelo consumo de produtos de marca e a falta de recursos para conseguir os originais. É nesse espaço que a pirataria lucra e sobrevive.

Anônimo disse...

Eu apoio a pirataria.É mais barato e até agora n me prejudicou em nada.