sexta-feira, junho 27, 2008

A greve é legítima?

*Pauta idealizada pelo 'Nota Cidadã'

À 0h da última sexta-feira (20), os usuários de transporte público, da região metropolitana do Recife, não puderam contar com o serviço prestado pelas empresas de ônibus devido a paralisação dos motoristas, cobradores, fiscais das linhas e mecânicos dos coletivos que reivindicavam por melhores salários, ou seja, um reajuste de 12,8% para a categoria. Mas, inicialmente, o pedido não foi aceito pelos empresários que só aceitavam um aumento de 4% do piso salarial. Conseqüentemente, uma nova greve foi decretada na noite desta quarta-feira (25) e se prolongou até a manhã de hoje (27), no qual a categoria conseguiu um reajuste de 7,14%. A greve foi apoiada pelos 14 mil funcionários.

Diante disso, os passageiros só tiveram três opções, ficar em casa, pegar um táxi ou um transporte alternativo (combes e vans). A estudante Daniela Albuquerque foi uma das muitas pessoas que não conseguiram chegar ao trabalho. "Fiquei mais de uma hora esperando o ônibus Massangana quando corri para pegá-lo escorreguei e cai. Não podia ter sido pior, pois machuquei o braço e arranhei as pernas", comentou. Já o aposentado Fernando Silva, de 77 anos, preferiu pegar uma van. "Foi a minha única alternativa. Por causa da greve eles estão cobrando de R$ 3 à R$ 6. Isso é um absurdo", afirmou.

Ao andar nas ruas da cidade era comum escutar os transeuntes indignados com a greve, não é por menos, pois cerca de 1,7 milhões de trabalhadores e estudantes foram diretamente prejudicados pela paralisação. Muitos falavam mal dos cobradores, motoristas e fiscais, mas poucos sabem que estes trabalhadores ganhavam, respectivamente, R$ 490,00, R$ 1.064,00, R$ 689,00. E o mais agravante, além de terem de sustentar a família com esse dinheiro, eles ainda são obrigados a arcarem com as despesas do veículo que estão trabalhando.

Severino Ramos da França (41) é cobrador a cerca de 10 anos e nesse período já sofreu 20 assaltos, e todos a mão armada. “Não temos segurança alguma. Se o ônibus sofre um assalto, nos cobradores é quem arcamos com a dívida. Somos obrigados a pagar o valor integral, porque se recusarmos, não poderemos trabalhar. O maior prejuízo que já tive foi quando tive de pagar R$ 380,00”, afirmou. Os motoristas também não fogem à essa regra. Sempre ao final das viagens, os ônibus são inspecionados, caso seja detectado alguma falha mecânica ou se o carro for arranhado e até se o pneu furar, só para se ter uma idéia, este último item custa R$ 600,00, quem pagará a conta será o motorista.

Agora com o reajuste os cobradores passarão a receber um salário de R$ 526,00, os motoristas R$ 1.140,00 e os fiscais R$ 738,00. O aumento comemorado por eles, entretanto, não vai minimizar a insegurança no trabalho, nem vai sensibilizar os patrões para que estes deixem de cobrar o ressarcimento em casos de roubo ou pneus furados, por causa das ruas esburacadas da cidade. A próxima luta, agora cabe aos passageiros por um transporte público mais seguro e confortável. Quanto ao boato sobre o aumento das tarifas, os usuários podem ficar tranqüilos, pois o presidente da EMTU, Dílson Peixoto, em entrevista a uma rede de TV local, garantiu manter o valor das mesmas. Nesse caso só nos resta esperar.

2 comentários:

Anônimo disse...

O fato absurdo do cobrador pagar por aquilo q levarem num assalto eu sabia mas essa do motorista não.

Que coisa ridícula!!!

Baseadas em quê essas empresas fazem isso???

"Isso é uma vergonha!"

Mas uma vez meninas vcs derão um show. PARABÉNS!!!

Anônimo disse...

Parabéns Karen pelo projeto com suas amigas de faculdade. Vi também a matéria do blog de vocês no Diário de Pernambuco. Muito boa a idéia de vocês. Um abraço, Carol|Nana.

Blog: www.hotelturismo.blogspot.com